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Pensão Lisbonense

Águas correntes, quentes e frias.

Pensão Lisbonense

Águas correntes, quentes e frias.

Satie, Satie ...

Satie é um nome bonito para cão ou gato ... ouve-se lá atrás juntamente com uma das três Gymnopédies. Assim de repente, recordo Garrett, Carlos e Eduarda, Eça ...  

 

 

Fundador da "L'Eglise Métropolitaine d'Art de Jesus Conducteur" do qual era o único membro, Satie caracterizava a sua música como Música Mobiliário, algo para se misturar no ambiente, sem se notar, partilhando com estes o mesmo tempo e espaço.

 

Tinha mania de comida branca: arroz, ovo, coco, peixe, nabo, queijo, entre outras.

 

Seu único amor foi a vizinha pintora e modelo dos pintores Renoir e Degas, Suzanne Valadon. O romance só durou seis meses embora Satie a tenha pedido em casamento logo no primeiro dia. 

 

 

Ballet Parade foi uma obra conjunta de Satie, Picasso e Cocteau, evento onde a palavra Surrealismo foi utilizada pela primeira vez.

 

 

 

Amigo e mentor de Picasso, nasceu em Honfleur a 17 de Maio de 1866, faria este ano 150 anos, morreu em Paris a 1 de Julho de 1925, de cirrose.

A Blast from the Past

Credits: The phrase finder, http://www.phrases.org.uk/meanings/66500.html

Não há certezas quanto à origem da expressão "A Blast from the Past" mas sabemos que ganhou adeptos nos DJ da Radio dos anos sessenta, numa referência aos hits de “antigamente”.

Provavelmente terá sido uma expressão da autoria de Jerry Blavat, existindo referências em jornais da especialidade de 1967: "Kings and queens, yon royal teens, this is your Geator with the Heater coming to you on Big-Tahm Tuesday where we rock the big tick- tock, where we got the class to beat the blast from the past".

Vem isto a propósito, não da referência a qualquer hit de um passado menos recente ou de uma inauguração de um túnel mais relevante, este Blast from the Past trata tão somente de uma provocação, de um tocar a rebate, de um apelo, de um desafio aos parceiros de desventuras para reactivação deste Blog.

Vamos lá então conhecer um pouco do Jerry Blavat “the geator with the heater” porque quanto a inaugurações estamos conversados ou talvez não …

 

Conheci alguém assim

Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio

...

O Amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

Fernando Pessoa

Frio quente

Não sei como começar aquilo que não vou acabar!

Seu nome é kelly, Grace Kelly, por onde passa o gelo derrete-se, tal como os homens que se cruzam no seu caminho! Ela não luz mas ofusca! Tanta sensualidade junta numa pessoa deveria ser crime. Por helena fizeram um cavalo e milhares de vidas foram ceifadas pelo amor de dois homens a uma mulher!
Não sei se mataria, mas que por ela morreria perdido nos seus seios e lambuzado nos seus labios. escondo o meu desejo tal como o bruce esconde o homem morcego algo que não ser sabido para bem dos dois! O seu olhar tem outro destino, e o meu nem certo fica.
Tanta beleza ofusca que o motorista entregou-se nas mãos de deus de mão dada com Kelly, não tive coragem para dizer aquilo que já não posso dizer!

Tinha encontrado a chave e agora voltei a perder...

Jorge Gabriel

Sai um BM para o senhor do gabinete 5001

 

Despacho n.º 1/XII -- Relativo à atribuição ao ex-Presidente da Assembleia da República Mota Amaral de um gabinete próprio, com a afectação de uma secretária e de um motorista do quadro de pessoal da Assembleia da República.


Ao abrigo do disposto no artigo 13.º da Lei de Organização e Funcionamento dos Serviços da Assembleia da República (LOFAR), publicada em anexo ...à Lei n.º 28/2003, de 30 de...Julho, e do n.º 8, alínea a), do artigo 1.º da Resolução da Assembleia da República n.º 57/2004, de 6 de Agosto, alterada pela Resolução da Assembleia da República n.º 12/2007, de 20 de Março, determino o seguinte:

  1. Atribuir ao Sr. Deputado João Bosco Mota Amaral, que foi Presidente da Assembleia da República na IX Legislatura, gabinete próprio no andar nobre do Palácio de São Bento;
  2. Afectar a tal gabinete as salas n.º 5001, para o ex-Presidente da Assembleia da República, e n.º 5003, para a sua secretária;
  3. Destacar para o desempenho desta função a funcionária do quadro da Assembleia da República, com a categoria de assessora parlamentar, Dr.a Anabela Fernandes Simão;
  4. Atribuir a viatura BMW, modelo 320, com a matrícula 86-GU-77, para uso pessoal do ex-Presidente da Assembleia da República;
  5. Encarregar da mesma viatura o funcionário do quadro de pessoal da Assembleia da República, com a qualificação de motorista, Sr. João Jorge Lopes Gueidão.

Palácio de São Bento, 21 de junho de 2011
A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção Esteves.
Publicado
DAR II Série-E -- Número 1
24 de Junho de 2011

A leste tudo de novo ou a insustentável leveza do ser.

Temas económicos são recorrentes nos escritos deste pasquim.

 

Este não vai fugir dessa prática. Altera-se contudo o registo, agora mais formal e pretenciosamente sério, admito.

 

Um pequeno enquadramento: Economia não é uma ciência exacta, enquadrando-se no campo das ciências sociais. Trata pois dos comportamentos de agentes económicos, nomeadamente do Estado, Familias e Empresas, da sua interacção e suas resultantes. Tratará de muitos mais assuntos mas todos mais ou menos enquadrados nesta triade.

 

A inexatidão da previsão económica advém do simples facto de que tudo o que fazemos, tudo o que acontece, pode ter e terá quase sempre impacto no que nos rodeia e, no limite, na componente económica.

 

A minha decisão de escrever este pequeno texto tem várias implicações e tambem terá implicações económicas. Quanto mais não seja, cria tráfego no portal blogs do sapo, que por sua vez terá alguma resultante num outro qualquer indicador, que terá impacto ... e reflexo económico. É a história da teoria do caos e da borboleta a bater asas em Tóquio ... em termos mais técnicos são fenómenos da não linearidade, diram uns, ou elevada correlação nos resíduos, diram outros.

 

A inexatidão da previsão económica está pois relacionada com a impossibilidade de prever comportamentos ou outros acontecimentos, alguns tão simples como o bater de asas de uma borboleta ou a simples vontade de lutar contra a adversidade.

 

A arma dos bons governantes, dos bons lideres, é o seu poder de motivação. Pense num bom político e encontra um lider de excepção.

 

Quem viveu acompanhou a nossa entrada na CEE em 86 e esteve atento nos anos seguintes, percebeu o poder dessa capacidade de liderança, desse motor que foi o discurso positivista e de desígnio nacional centrado na capacidade dos portugueses de se superarem e serem capazes de vencer o desafio europeu.

 

Este período de alguma euforia teve o seu epílogo em outubro de 1998 com o encerramento da Expo'98. Foram 12 anos de algum progresso em que os fundos europeus foram certamente o grande catalizador mas o poder do discurso político teve também muita relevância, sobretudo nos primeiros anos, até 1989.

 

Ele há protagonistas políticos que ainda sobrevivem e têm responsabilidades sérias nos desígnios deste país.

 

Incompreensivel é verificar que as técnicas utilizadas no passado não estão a ser utilizadas no presente, num momento em que o enquadramento não nos é favorável, num momento em que o nosso destino vai depender muito das nossas capacidades, da nossa autoconfiança, de sermos grandes, de sonhar.

 

 

Resta saber porquê.

 

 

 

25 de Abril ou 28 de Maio

 

Transcrevo um e-mail recebido e depois admiramo-nos....

 

Não haja duvida que nascemos de um Pais onde o filho bateu na mãe.

 

 

Mais uma golpada - Jorge Viegas Vasconcelos despediu-se da ERSE


 

 

É uma golpada com muita classe, e os golpeados somos nós....

Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente
de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços
Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem,
poucos devem saber para o que serve.
 
Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo
porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem
maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e
risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos,
subsídios ou outros quaisquer benefícios.
 
Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa
com 12 mil euros por mês durante o máximo de dois

anos, até encontrar um novo emprego.
Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas
você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?».

 
E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade
própria!».
 
E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais
12 000 por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador
que se despede e fica a receber seja o que for?
».
 
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já
respondeu, que «
o regime aplicado aos membros do conselho de administração
da ERSE foi aprovado pela própria ERSE
». E que, «de acordo com artigo 28 dos
Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao
estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
 
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus
gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
 
Dizendo ainda melhor:
o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a benção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.

Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, e abusivo desavergonhado abocanhar do erário público.

Mas, voltemos à nossa história...

O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo.
 
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o
sector energético.

E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não.

A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço.
 
Ou seja, a ERSE não serve para nada.
Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos
aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE? Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte, estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação.