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Pensão Lisbonense

Águas correntes, quentes e frias.

Pensão Lisbonense

Águas correntes, quentes e frias.

O jornal errou?

Folheio o Público e encontro uma caixa de texto enigmática.

 

O Público errou. Na crónica de Helena Matos de dia 23, um erro não imputável à autora alterou o sentido de uma passagem do texto, trocando "extrema-direita" por "extrema-esquerda". A frase correcta é: "Por ironia, dado o pendor estatistica e proteccionista em matéria económica destes partidos de extrema-direita podem sempre contar com eles os defensores do aumento da despesa pública." As nossas sinceras desculpas à autora e aos leitores.

 

Importam-se de repetir?

é chato!

 

Sou de um tempo em que ir pastar era o acto de levar o gado a nutrir-se num pasto ou a vontade verbalizada de mandar alguém a um destino, distante ou não, mas certamente afastado da nossa presença.

 

No ambiente rural em que tal expressão é utilizada,  o pastor ou o chato, em qualquer das acepções, estaria relativamente livre de escolher o destino. Desde que fosse longe!

 

Ora recentemente o Governo decidiu que é fundamental controlar os devaneios de pastores e gado, obrigando os primeiros a reportarem as movimentações dos segundos, produzindo ampla e detalhada legislação sobre a matéria.

 

Reconhecem-se válidos os objectivos - não vá uma língua azul cair num prato sensível, ou a brucelose atacar um queijo menos bem curado

 

Quanto ao processo burocrático já existem sérias dúvidas e razões de preocupação, suspeitando-se que algo de estranho tenha afectado a mente do legislador.

 

Ora exigir a um pastor transumante preencher um vasto conjunto de formulários, declarações e até mapas em escalas específicas, antes de transferirem os seus animais obrigando os mesmos a fazerem-no numa base semanal e por acesso internet, não lembrará ao mais perfeito imbecil.

 

Face a tudo isto só me resta referir que quanto às movimentações dos chatos a legislação é omissa, suspeita-se, por motivos de segurança nacional ou por manifesto conflito de interesses!

Maioria Silenciosa

 

Hoje é dia 28 de Setembro, dia em que recordo que este país esteve sempre entalado entre uma minoria histérica e uma Maioria Silenciosa.

Use-se nos exemplos que se queira ... não é com "conquistas" espúrias de sequência que se constroi ou educa uma sociedade que se quer plural e equilibrada.

 

 

A savage portrait of a savage man

 

O controlo da criatividade, o uso da arte como veículo de mensagem política constitui o grande atractor da prática déspota.

 

Exemplos de situações destas abundam, infelizmente.

 

Situamo-nos na União Soviética de meados do Século passado. Shostakovitch, compositor (1906-1975), à semelhança de todo um conjunto de actores relevantes do panorama sócio-cultural Russo, teve uma relação muito delicada com Estaline pela sua "desadequação" ao dictat imposto pela estética vingente.

 

Em plena Grande Purga, Shostakovitch foi salvo, in extremis, através da sua Quinta Sinfonia, numa época em que a arte era sobretudo cultura e em que a criação artistica tinha mensagem e esta era entendida. Uma ovação superior a meia hora no dia da sua estreia, salvou, provavelmente, este recentemente designado "Inimigo do Povo" de um destino incerto.

 

Ainda hoje esta ovação é das maiores que há conhecimento.

 

Estaline morre em Março de 1953 e em Dezembro do mesmo ano, novamente sob a direcção de Yevgeny Mravinsky, estreia a 10ª Sinfonia. O Segundo Movimento desta sinfonia é a visão de Shostakovitch daquilo que foi Estaline enquanto homem e estadista.

 

Nas palavras de Shostakovitch a Solomon Volkov, este Segundo Movimento é "A savage portrait of a savage man".

 

Escolho a versão interpretada pela Orquestra Juvenil Teresa Carreño naquilo que é das criações mais brilhantes nesta área, o "El Sistema" de ensino musical venezuelano, sob a direcção do não menos brilhante e polémico condutor, Gustavo Dudamel.

 

Eu consigo vislumbrar o que terá sido Estaline, estarei só?

 


Há!

Há filmes que nos determinam,

Há filmes que nos influenciam indelevelmente,

Há filmes assim!

 

Há musicas que nos inspiram,

Há musicas que nos tocam profundamente,

Há musicas assim!

 

 

Presidential Debate

 

Foi exactamente há 50 anos que se fez a primeira entrevista televisiva entre dois candidatos políticos.

Nixon e Kennedy foram os intervenientes. À época, quem viu o debate na televisão, e foram 70 milhões, acharam que kennedy tinha ganho. Quem o ouviu na rádio pensou o contrário, Nixon foi o vencedor.

O culto da imagem enquanto elemento gráfico e objecto político acaba de nascer.

Não sei se será motivo para grandes comemorações dadas as implicações de tudo isto no primado da forma sobre o conteúdo.

Fica a nota.

...

E assim foi a minha quarta-feira, com meia casa a escutar os frapinho dourado.

 

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