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Pensão Lisbonense

Águas correntes, quentes e frias.

Pensão Lisbonense

Águas correntes, quentes e frias.

A leste tudo de novo ou a insustentável leveza do ser.

Temas económicos são recorrentes nos escritos deste pasquim.

 

Este não vai fugir dessa prática. Altera-se contudo o registo, agora mais formal e pretenciosamente sério, admito.

 

Um pequeno enquadramento: Economia não é uma ciência exacta, enquadrando-se no campo das ciências sociais. Trata pois dos comportamentos de agentes económicos, nomeadamente do Estado, Familias e Empresas, da sua interacção e suas resultantes. Tratará de muitos mais assuntos mas todos mais ou menos enquadrados nesta triade.

 

A inexatidão da previsão económica advém do simples facto de que tudo o que fazemos, tudo o que acontece, pode ter e terá quase sempre impacto no que nos rodeia e, no limite, na componente económica.

 

A minha decisão de escrever este pequeno texto tem várias implicações e tambem terá implicações económicas. Quanto mais não seja, cria tráfego no portal blogs do sapo, que por sua vez terá alguma resultante num outro qualquer indicador, que terá impacto ... e reflexo económico. É a história da teoria do caos e da borboleta a bater asas em Tóquio ... em termos mais técnicos são fenómenos da não linearidade, diram uns, ou elevada correlação nos resíduos, diram outros.

 

A inexatidão da previsão económica está pois relacionada com a impossibilidade de prever comportamentos ou outros acontecimentos, alguns tão simples como o bater de asas de uma borboleta ou a simples vontade de lutar contra a adversidade.

 

A arma dos bons governantes, dos bons lideres, é o seu poder de motivação. Pense num bom político e encontra um lider de excepção.

 

Quem viveu acompanhou a nossa entrada na CEE em 86 e esteve atento nos anos seguintes, percebeu o poder dessa capacidade de liderança, desse motor que foi o discurso positivista e de desígnio nacional centrado na capacidade dos portugueses de se superarem e serem capazes de vencer o desafio europeu.

 

Este período de alguma euforia teve o seu epílogo em outubro de 1998 com o encerramento da Expo'98. Foram 12 anos de algum progresso em que os fundos europeus foram certamente o grande catalizador mas o poder do discurso político teve também muita relevância, sobretudo nos primeiros anos, até 1989.

 

Ele há protagonistas políticos que ainda sobrevivem e têm responsabilidades sérias nos desígnios deste país.

 

Incompreensivel é verificar que as técnicas utilizadas no passado não estão a ser utilizadas no presente, num momento em que o enquadramento não nos é favorável, num momento em que o nosso destino vai depender muito das nossas capacidades, da nossa autoconfiança, de sermos grandes, de sonhar.

 

 

Resta saber porquê.